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O BAIRRO É MEU? Como as gerações no Bairro do Cerco de Porto moldaram a forma de habitar da sua população.

de Jess Guita , Maria Sabino, Natalia Juan Diaz, Stéphanie Dijck

Projeto

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A escolha do Bairro do Cerco do Porto surge pela vontade de explorar a arquitetura e espaço público deste bairro social e de como ele foi apropriado pelas pessoas que nele vivem. Interessa-nos assim estudar essa apropriação do espaço, bem como a arquitetura do bairro, procurando comunicar visualmente como ambos refletem diferentes realidades e tempos de intervenção.

Neste Bairro, onde é notória a evolução que o mesmo tem sofrido, é interessante captar o contraste entre as duas versões dos edifícios que foram construídos em épocas distintas. A primeira fase, construída no início dos anos 60, e uma segunda fase que continua a ser reconstruída até aos dias de hoje gera, consequentemente, um impacto na vida das várias gerações que habitam neste bairro.

Este contraste percebe-se não só na diferença das versões dos edifícios, mas na forma de viver e de se apropriar do local. O primeiro momento do Bairro do Cerco é acessível e de cores calorosas, valorizava-se o ambiente em comunidade, e na contramão dessa realidade surge o seu segundo momento, onde os edifícios fecham-se em si, em cores neutras, de modo que não se promove espaços de convívio. As novas cores, os novos materiais, as novas sensações e as novas tecnologias trouxeram a este bairro a expectativa de uma vida com mais segurança e melhores condições, que acabou por não ser correspondida.

No presente trabalho, explorou-se as portas de entrada de cada edifício como elemento identitário do local e da sua evolução. A intenção da série fotográfica é de construir uma narrativa visual que corresponde a uma "promenade architecturale" através da qual nos vamos aproximando cada vez mais do edifício, de forma a vermos o impacto da vida neste espaço. Isto é, a apropriação do ser humano no seu bairro social. É interessante entender, à medida que entramos verdadeiramente no bairro, como o espaço pertence aos seus ocupantes para posteriormente, numa visão mais ampla e afastada, ser possível identificar essas marcas humanas, que num primeiro olhar passariam despercebidas.