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APRIMORAÇÃO Evolução do projeto SACHE

de Carolina Brás, Catarina Teixeira, João Santos, Rute Mendes, Tomás Beauchamp

Projeto

Tipo de Galeria

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projectos Ensino

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O Bairro de Aldoar, localizado nas imediações do Parque da Cidade do Porto, surge da necessidade de dar resposta ao grave problema da carência de habitação, com qualidade e a preços justos, para largos setores da população portuguesa. Neste enquadramento, destaca-se a cooperativa da "Solidariedade e Amizade", a SACHE. Esta cooperativa, fundada no Porto, em 1978, nasce do esforço e agrupamento de figuras ligadas às Belas Artes e à Arquitetura. Desta forma, é chamado a intervir, o Arquiteto Manuel Correia Fernandes, encarregue de projetar todo o conjunto, desde a sua inserção urbana, até à organização interior dos fogos, sendo este construído por fases.

Através da análise das diferentes fases do projeto, é possível perceber o caráter unitário que o arquiteto Manuel Correia Fernandes procura estabelecer no conjunto. Ao percorrer os vários espaços do bairro, saltam à vista os planos avermelhados, os tons terrenos, contrastantes com os elementos verdes e orgânicos da vegetação, que cresceu sobre o conjunto, invadindo-o. Efetivamente, o tijolo é o elemento unificador de toda a composição, sendo uma das características principais e identificadoras do Bairro de Aldoar. Por outro lado, é notória a passagem do tempo nos edifícios e nos elementos que os compõem.

A primeira fase, de 1988, diz respeito à construção do grande bloco em galeria, que engloba um total de 54 habitações, localizado na zona mais a norte do terreno. Em 1993, dá-se início à construção da segunda fase, caracterizada pela construção de 127 habitações, em meios pisos de acesso direto e, com pátios particulares voltados para o interior. Esta fase de intervenção, a maior, organiza-se em quatro conjuntos, com dois blocos cada, que se distribuem pelo terreno paralelamente entre si. A terceira fase, realizada em 1998, poderá, de certo modo, ser considerada como uma expansão da anterior, com a construção de 64 habitações distribuídas por três conjuntos, semelhante à dos blocos anteriores.

Através de montagens, pretende-se explorar os vários tempos e fases do projeto, bem como a evolução do arquiteto, do ponto de vista projetual. As montagens realizadas apresentam, então, um conjunto de imagens do passado e da atualidade, misturando dois tempos, com o intuito de mostrar a evolução do projeto, desde a sua construção até à apropriação total. A passagem do tempo revela-se uma âncora desta abordagem, que explora o contraste entre o passado e presente, refletindo-se em várias situações: as madeiras envelhecidas, secas e escurecidas, em contraste com a madeira envernizada; a descoloração do tijolo, que em momentos surge quebrado; a sujidade do betão, a invasão da natureza, que rompe por entre o construído, entre outros. A exploração procura, ao mesmo tempo, diferentes escalas, abrangendo não só o conjunto, como também o pormenor de diferentes elementos, como as janelas e o caráter serpenteante das juntas de dilatação dos planos de tijolo. Por outro lado, surgem, ao longo do jornal, outras montagens capazes de exemplificar a aprimoramento do projeto por parte do arquiteto, que procura, de fase em fase, aprimorar questões e elementos. Por fim, em 2011, é iniciada a construção de mais 32 habitações, compondo deste modo um conjunto de dois blocos. Este empreendimento desenvolve-se com o objetivo de rematar e completar uma frente urbana, constituída pelo conjunto inaugurado em 1998, dando uma melhor integração urbanística a todo o conjunto.