Skip to content

Fundamento . Exploração . Plasticidade . FEP O lápis que desenha o invisível

de Antonio Miguel Lopes, Joana Gonçalves, Miguel Pinto, Teresa Maciel

Projeto

Menu

Campus Asprela

×

A Faculdade de Economia está localizada, desde 1974, no Campus da Asprela da Universidade do Porto, na zona Nordeste da cidade. Foi, depois da Faculdade de Medicina, a primeira faculdade a instalar-se neste Pólo Universitário. A FEP ocupa dois edifícios – o edifício principal e o edifício das pós-graduações – implantados num parque com cerca de 45000 m2.

O edifício principal, da autoria do Arquiteto Alfredo Viana de Lima, é um marco no percurso histórico da arquitetura moderna, caracteriza-se por uma monumentalidade serena, isto é, uma impressão de solidez clássica que se prolonga por todo o interior.

O edifício é reconhecido pela sua coerência formal e qualidade arquitetónica, desenvolvendo-se em torno da articulação de volumes de tendência horizontal e pátios interiores. Alia composição geométrica com articulação de formas contrastantes, alternando volumes cegos e densos com grandes vãos envidraçados e elementos horizontais com elementos verticais. Um obelisco vertical, da autoria do escultor José Rodrigues, assinala a entrada principal do edifício.

O Edifício das Pós-Graduações, da autoria do arquiteto Camilo Cortesão, foi inaugurado em 2006. Organiza- se em três corpos interligados no piso superior por uma galeria. O corpo central, onde se situa a entrada principal, é constituído por dois volumes que se organizam de ambos os lados da galeria e abre para um pátio que estabelece a relação com o edifício principal. Os dois outros corpos são construções alongadas, com distribuição por corredores perpendiculares à galeria.

O espaço exterior é revestido a um manto vegetal, estadias e espaços de circulação. O revestimento vegetal desenvolve-se sob a forma de prado, assinalando-se a presença de diversas espécies arbóreas com claro predomínio de choupos, mas incluindo liquidâmbares, carvalhos americanos, ameixoeiras bravas e bétulas, entre outras.

A interpretação deste espaço que pela sua riqueza aos níveis da plasticidade, textura, materialidade e jogos de luz, fortemente sentidos na deambulação e apreciação do edifício lançam os três principais motes para a construção da nossa narrativa.

Para isso, importante foi o relacionar o trabalho do fotógrafo Alexandre Delmar intitulado Seis Topogra as que teve parceria de Luís Ribeiro da Silva para a 9 produção dos desenhos que aliados à fotogra a aparecem como dísticos em que o desenho revela o esqueleto da composição fotográ ca. E re etindo nesta nova perspetiva analítica que para nós, futuros arquitetos, foi fácil de identi car e sublinhar a relação intrínseca do desenho com a fotogra a mas também com a arquitetura. E, assim, usar o desenho como o elo de ligação por um lado do real à imagem, da arquitetura à fotogra a, da tridimensionalidade à folha de papel.

Os níveis de abstração vão se intercruzando à medida que se cozem os nossos quatro olhares mas que de certo modo se vão relacionando pois a inocência também é uma forma de coerência. Nessa perspetiva a interpretação crítica mas também poética da composição espacial, intersetam-se a precisão técnica e a forte imagética às vezes objeti cando outras desmaterializando o espaço volúvel. Um compromisso que resulta, por um lado, num realce das qualidades abstratas e óticas do interior dos edifícios, adotando uma visão próxima de certas preocupações formais da fotogra a de paisagem e espaços interiores contemporânea e que pode ser vista, por exemplo, no trabalho de Lynne Cohen.