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UPTEC em espera: Entre a realidade e o Virtual

de Giovany Bicalho, Renato Ribeiro, Tânia Marques

Projeto

Tipo de Galeria

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Campus Asprela

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A UPTEC é o ponto de encontro entre diferentes disciplinas, contexto e especialistas. É um espaço para arriscar, provocar, partilhar, construir e aprender. A UPTEC é um lugar para as pessoas de espírito aberto e altamente qualificadas sonharem, criarem e desenvolverem um futuro melhor para todos nós.” Devido ao contexto actualmente vivido em Portugal e no mundo, com o vírus SARS-CoV-2, inúmeros profissionais e estudantes, em confinamento, viram-se obrigados a arregaçar as mangas e a encontrar maneiras de continuar a trabalhar fora dos seus escritórios e faculdades o que resulta em edifícios vazios, aparentemente abandonados, onde apenas deambulam as pessoas necessárias. A ideia do presente trabalho procura documentar o que é este “ponto de encontro”, quando não existe quase ninguém para se encontrar. Como é sentido um espaço que está feito para receber, quando não há nada a dar. Deste modo, o grupo optou por mostrar a sua visão e sentimento do espaço nas suas visitas à UPTEC, seguindo uma ideia de percurso, que frisa a riqueza de espaços deste parque da ciência e tecnologia, constituído por dois blocos em “L”, que abraçam e circunscrevem, juntamente com o novo parque Urbano e a paisagem em redor do Hospital de São João, um largo pátio de encontro.

Entre a realidade...

Aqui observam-se os movimentos pontuais, que, decerto, já foram mais agitados, de estudantes, professores e trabalhadores, que passam a pé, distantes, ou em veículos, desde carros, autocarros e mesmo ambulâncias. A UPTEC faz, então, fronteira com a escola superior de Saúde e essa quebra entre as duas realidades não pode deixar de ser notada. Antes de mais, é evidente que esta é posterior à escola de Saúde, tentando procurar relações altimétricas com esta, mas a maior diferença consiste na ideia de espaço aberto que a UPTEC faz sentir, abrindo- se para o exterior, não só como é notório no pátio, que mantém uma relação visual forte com o edificado graças aos seus lençóis de vidro, mas também na fachada paralela à Escola superior de Saúde, onde se vêem diversas aberturas, procurando uma relação com o exterior contida, quase como por respeito ao edifício vizinho, que se fecha sobre si, recorrendo mesmo ao uso de grades. Estes espaços de convergência tornam-se os espaços mais interessantes desta implantação. Para salientar este confronto de mundos, o grupo decidiu adoptar a técnica de falsa panorâmica de Maros Krivy, forçando a quebra destes dois mundos, e até identificando um terceiro, ao fundo, o bairro da Asperela. Este, juntamente com a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação apresentam-se em confronto total com o parque. Se dum lado é vincada a tecnologia pela existência de drones feitos de raiz, que são capazes de cumprir os propósitos idealizados, do outro surgem enormes sacos de lixo nas margens de uma estrada muito desgastada. Também aqui a técnica do fotografo revela uma grande astúcia, funcionando, as partes não só como uma, mas principalmente, em separado, quase como peças de um puzzle se tratassem, e se pudessem mover de sítio. Somos, então, obrigados, graças a uma cancela branca que esconde um lote devoluto, a regressar ao pátio. Decidimos então circundar o edifício, encontrando-nos naquilo que parecem as traseiras do mesmo, porém onde surge a entrada principal. Esta é marcada por panos de vidro à semelhança dos que estão voltados para o pátio, o que faz notar a transversalidade daquele ponto. Olhando para cima notamos uma varanda apelativa, rapidamente desejamos entrar e descobrir como ir para lá. Ao entrar somos confrontados com uma realidade diferente. O frio do exterior, potencializado pelo vidro e pela placagem de betão, dissolve-se no quente das madeiras em tons laranja, que se replicam pelos corredores da ala Este. E é exactamente por isso que o grupo seguiu pela direita. Obrigados a subir pela fria escada de emergência, onde surge uma interessante clarabóia, lá encontramos um corredor sem luz natural e com portas de salas de ambos os lados. Ao fundo avistamos a tão aguardada varanda. Sentimos que é um espaço de encontro, que potencializa uma boa pausa entre colegas, e que se num contexto de pandemia avistámos 4 colegas, quantos não se avistariam numa situação normal? Entrando na ala Oeste, sentimos a tal relação tão forte com o pátio, graças ao seu extenso corredor voltado para o exterior. Surgem novas portas de novas empresas. Novas salas, que se apresentam da mesma forma – vazias – em espera.