Skip to content

A anamnese do espaço a intemporalidade do humano

de Ana Pinhal, Beatriz Costa, Daniela Santos

Projeto

Tipo de Galeria

Menu

Campus Porto (centro)

×

A obra selecionada para explorar e desenvolver neste trabalho é a Faculdade de Farmácia e Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (complexo ICBAS-FFUP), da Universidade do Porto, situado na rua D. Manuel II, junto ao Palácio de Cristal. Este projecto foi concebido pelo arquitecto José Manuel Soares, ex-docente da FAUP.

Torna-se visível, neste projeto, um aproveitamento da pré-existência, o quartel militar, para a construção de três novos edifícios de salas de aula e laboratórios, bem como a reabilitação do edifício histórico com fachada para a Rua D. Manuel II para serviços administrativos. Além disso, a proximidade do projeto com o Hospital de Santo António permite criar um pólo de excelência de Ciências da Vida e da Saúde em pleno centro da cidade do Porto.

Para o desenvolvimento deste trabalho, o autor escolhido pelo grupo foi Thomas Struth, admirado pela sua intemporalidade e pela profundidade no campo de visão, intenção que tentamos reproduzir neste trabalho. Tal como uma parte do seu trabalho, as nossas fotografias são tiradas no exterior, tratando-se, por isso, de uma luz natural que faz realçar o ambiente calmo e harmonioso do espaço escolhido.

A imutabilidade e o poder na comunicação foram os aspetos mais admirados nos trabalhos de Thomas Struth. Os espaços vazios, desprovidos de movimento e de pessoas certamente causaram impacto quando analisamos o seu trabalho e, por esse motivo, procuramos reproduzir essa ideia. Devido à situação atualmente vivida, torna-se possível fazer uma analogia às suas fotografias, pela falta do Homem na foto, mas ainda assim um senso de humanidade e de memória, uma falta de expressão humana que todos sentimos.

Uma das soluções tomadas para o reforço da nossa intenção é a ideia de percurso, algo que, dando a conhecer os espaços da faculdade e todo o seu desenvolvimento a quem olha o edifício pela primeira vez, transmite um todo, mostrando o panorama havendo, também, uma proximidade de certos momentos ou ambientes.

O ritmo das fachadas, muito proeminente na fotografia, em harmonia com a profundidade do campo visual, transmitem uma lógica de repetição, todo-parte, intervalados com pequenos detalhes que nos aproximam do objeto.

Uma das fotografias deste trabalho, que moldura duas cadeiras numa das varandas do edifício, remete para vivência naquele espaço, mostrando-nos o impacto do Homem naquele ambiente. Apesar de se sentir isso, não se torna indispensável a presença do Homem fisicamente no local para se compreender o espaço. Dessa forma, cria-se uma certa relação de antagónica, submetendo-nos à essência humana em contraposto com a falta da mesma, através de uma anamnese.