Skip to content

Perspetivas Reveladas

de Ana Catarina Silva, Bárbara Machado, Rita Carvalho, Marcelo Valente, Tânia Silva

Projeto

Tipo de Galeria

Menu

CAAD-F I 2020-2021

×

Temos por objeto de estudo o espaço da faculdade que nos é próxima, conhecida e comum. Tantas vezes representada, tantas vezes multiplicada por clicks, mais ou menos, conscientes. Nunca a FAUP se cansa de ser fotografada.

Mesmo que já explorada, há sempre novos modos de ver, contaminados por modos que já foram vistos.

É exatamente neste sentido que pretendemos construir a nossa narrativa. Uma narrativa ainda não concretizada, de uma FAUP vista por outra lente. Nas suas paredes, objetos, marcas e pessoas procuramos a abstração. Nela, pretendemos encontrar momentos que lhe roubem alguma evidência. O que esconde? O que revela? E neste distanciamento, as paredes caiem e a FAUP cresce.

Nem tudo o que se vê é visível. Mas não será tão mais visível o que não se vê? Mais do que ver, observar. Observar pressupõe consciência. Pressupõe tempo. Pressupõe um pouco de mim no retrato que não é meu. A abstração permite um entendimento superior.

Não obstante, a necessidade de um pensamento que comunique, presume que a distância entre o que se diz e o que se quer dizer seja um caminho reconhecível, caso contrário, conduzir-se-à a uma descontinuidade dialética.

“O valor de um pensamento mede-se pela sua distância à continuidade do conhecido. Objetivamente, perde com a diminuição dessa distância.” (Adorno, Th. W., Minima Moralia, 2001,p.68)

Assim sendo, as imagens produzidas não se reduzem ao simples registo, mas sim um registo que permite distintas leituras de um mesmo objeto. O enquadramento capturado representa sempre uma parte de um todo, sem esquecer que essa parte possa ser um todo para aquilo que queremos evidenciar. É nesta coesão conceptual, entendendo o conceito como meio para atingir um fim, e não um fim em si mesmo, que se identifica um padrão, no qual o fotografo monta uma idea que comunica, que propõe uma história e a sua própria leitura.

Propomos duas leituras para a história que queremos contar.

Por um lado, as imagens soltas, passíveis de ser organizadas e reorganizadas por qualquer mão que as aceite.

Por outro lado, um suporte ao qual nos referimos como "livro". Referimo-nos, a ele, como um “livro”, apenas por ser a palavra da qual nos servimos quando temos um dispositivo que comunica uma história. Quando aberto, as páginas abrem-se para cima, para baixo, em concertina, de duas a duas, por vezes uma, outras vezes três...A ideia é convocar o espaço, desafiar os limites do espaço. Também o ato de ler as imagens pertence à narrativa, uma realidade expandida. Acreditamos na coerência da desta abordagem tendo em conta que a Faculdade de Arquitetura é o nosso objeto de estudo. Quando totalmente desdobrado, anoitece e o percurso físico e mental chega ao fim.

Nas palavras do seu próprio autor, “Imaginar a Evidência”.