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FOLHA DE SALA

de Joana Mariano Santos, Mónica Dias, Tailyne Santos

Projeto

Tipo de Galeria

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Campus Porto (centro)

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“Folha de Sala” pretende explorar o espaço da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP) enquanto espa- ço “entre” que, mais do uma ideia de transição, é uma ilustração da linha ténue entre o extraordinário e o mundano. Procu- ra o singular e o contraste, desbravando caminho para lá do comum, e constrói-se a partir das dinâmicas de utilização do espaço.

A FBAUP localiza-se perto do centro da cidade. Ainda assim, esbate-se na atmosfera citadina, escondida por muros e paredes. Desperta, quase de imediato, o interesse pela ideia do invisível.

O projeto organiza-se, por isso, segundo duas lógicas; por um lado captar aquilo que muitas vezes passa despercebido, e por outro segue uma maneira natural, quase intuitiva, de retratar esses espaços que, ainda que invisíveis, são em grande medida representativos da realidade.

A narrativa cria uma dinâmica e contraste próprios com o tí- tulo. A folha de sala é geralmente utilizada como registo nas exposições, acompanha o visitante e tenta introduzir, explicar e traduzir o que se expõe para o papel. Apesar de ser tendencialmente um registo documental, aqui procura ser a lente de observação e preferencialmente, de valorização, do espaço da faculdade. As fotografias concentram-se em captar, de modo quase passivo, no sentido de não interromper ou perturbar, a livre apropriação que acontece nos “não-lugares” e expô-la, reforçando o seu carácter de construção dinâmica entre utili- zador, espaço e tempo.

Segue a linha do valor artístico, estético e fundamental ine- rentemente ligada à função do ensino das artes, e utiliza o enquadramento, a composição e a plasticidade de cada imagem para explorar o espaço onde a arte nasce, cresce, é depositada. Procura incessantemente o contraste entre a ocupação consciente e inconsciente do espaço, ritmada pela expansão do gesto humano e que se torna, quase sem esforço, em arte também.

A estratégia visual constrói-se sempre quer por contraste, quer por comparação e encontra equilíbrio na harmonia da compo- sição e do sentido plástico de cada imagem. Com um carácter algo antropológico, deixa que os objetos construam a compo- sição sem qualquer tipo de hierarquia, que não tenta ser algo mais do que aquilo que é.