O silêncio da desordem do dia-a-dia no entregar do homem à civilização, logo no nascer da manhã fria.
O acordar, mais que sonhos e utopias interiores, esquecidos ou desvanecidos.
Os carros que vão, num ritmo de quem não percebe que o mundo passa, nem a carrinha amarela é capaz do parar, não podemos ser invisíveis e pequenos.
Numa época em que tudo é simples e confuso da manta do rico, ao carro do pobre distâncias, mundos e cores.
"Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave, escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu, tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar e tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver!"
Depois existem as nossas procuras por tempos perdidos, talvez capazes de fugir à circunstância, (como a presença do passado no presente) uma possível dupla projeção do homem.
Depois tem de se compreender que não é do físico que faz a cidade, mas sim das relações, a cidade bebe de recordações, distâncias ou acontecimentos.
O adormecer do sonho, talvez por culpa da rigorosa realidade.
O grito quebra a cidade, há quem grite por liberdade, há quem grite por querer só o real.